04/08/2016

IMORTAIS


Os sonhos não morrem...
                                
Enfrentam entraves do corpo e da mente,
superam barreiras que o destino não viu.
Dissolvem a angústia de uma alma dolente
que assombra a saudade com o que desistiu.

O tempo sustenta o correto caminho,
reverte as vertentes, destaca os sinais.
Em grupo é mais fácil, melhor que sozinho.
Partilha que soma, duplica e refaz.

Sonhar acordado, recanto da lida,
restaura a energia do mundo real.
Um simples desejo, ilusões, fantasia,
a louca utopia da paz mundial.

Os sonhos são sopros do que o íntimo almeja,
divina alavanca, esperança motriz.
Diversos formatos, a mesma viceja:
ingênua querência de ser mais feliz.

No embalo da vida, se a dança termina,
o sonho rodeia, escolhe outro par.
Orquestra se afina e fascina a menina
que apanha os anseios espalhados no ar.

A menina sou eu... E eu ainda acredito
nas setas brilhantes dos meus ideais.
Por pura magia refletem no escrito
enredos e cenas, alegres finais.

Quando hoje as sombras enfim se enternecem,
estando a um passo de abrir os portais,
descubro que os sonhos até adormecem,
porém, de teimosos, não morrem, jamais.


MÁRCIA ETELLI COELHO
PRÊMIO BERNARDO DE OLIVEIRA MARTINS 2015 

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