20/03/2011

A BONDADE UNIVERSAL

Não se trata de carolice, proximidade com alguma religião ou exercer a prática nefasta do maniqueísmo. Mas há certos ícones na humanidade que, de forma alguma, podem ser menos-prezados.
            Imaginem há dois mil anos, quando os homens, já sábios, eram regidos por religiões de deuses temporais e passionais. Imaginem as sociedades que o monstrengo do politeísmo gerava, com suas incúrias, com suas insensibilidades sociais. Era costume apedrejar nas ruas, até a morte, prostitutas ou adúlteras. Na metrópole dominante, as pessoas se reuniam em estádios, não para atividades lúdicas, e sim para verem homens lutando até se matarem ou seres humanos serem devorados por feras; a piedade então era considerada fraqueza.
              Mesmo a bíblia que era o instrumento que mais perto de Deus colocava os homens, naquela época, foi contaminada pela mão do homem e então, junto com dádivas divinas como as tábuas dos 10 mandamentos e belas histórias como as de José, que depois salvaria os judeus dos 7 anos de vacas magras, vemos também indignidades  como o incesto, quando filhas embriagavam o pai para dele conceberem, sem uma única linha de censura ou crítica a tal atitude, vemos também crueldades como a recomendação para que fossem assassinados os varões que cortassem a barba.
            É neste contexto que surge Jesus Cristo, com a mais humanista das filosofias e propõe uma nova religião, prometendo a ressurreição da carne e a vida eterna, na qual seriam recom-pensados os humildes, os sensíveis, os amantes da humanidade, os piedosos, os justos, enfim todas as pessoas de boa vontade.
            Há muito a arqueologia procura indícios da existência de Jesus Cristo. Há um único documento romano escrito em argila, que é uma carta dos poderosos de Jerusalém, que cobravam providências contra um profeta de nome Jesus, que andava pelas estradas da Galiléia, dizendo-se filho de Deus, curando enfermos e ressuscitando mortos. Mesmo a existência de Pôncio Pilatos era posta em dúvida até há mais ou menos três décadas, quando arqueólogos franceses encontraram, na região, uma pedra de inauguração de um templo que tinha o nome do tirano enviado a Jerusalém por uma sociedade dominante e já decadente, afogada pela lascívia, luxúria e corrupção.
            De seus seguidores, ignorantes pescadores da Galiléia, há farta documentação, quando historiadores de vários países descrevem estes ex-ignorantes pregando a boa-nova em várias línguas. Vemos referências na história grega, egípcia, romana, etc.
            No entanto, a maior prova da existência de Jesus Cristo é que a coleção de pensamentos revolucionários e humanistas não pode ter surgido de um grupo; filosoficamente, é claro que apenas um único cérebro poderia ser responsável por aquele tesouro, que libertou a humanidade de religiões que adoravam bois, escaravelhos, belezas plásticas e que pregavam o ódio, o olho por olho, dente por dente, a crueldade.
            Claro que seu legado foi também desvirtuado pela mão do homem e as religiões que seguem seus ensinamentos, todas têm muita sujeira cometidas em Seu nome, varridas para debaixo dos tapetes da história, mas sem dúvida, a humanidade lucrou muito com seu pensamento.
            O ateíssimo pensador Augusto Comte, no seu ensaio “A teoria das funções” a base do não menos ateu, positivismo, descreve a Bondade Universal como sendo o impulso que estimula o homem para melhorar o meio onde vive para as próximas gerações, e sem querer nada em troca. É apenas uma das funções altruísticas do cérebro que estavam embotadas nos homens antes d´Ele que em troca de sua bondade recebeu apenas uma cruz.
            Para mim que sou um seguidor, ele foi, é e será a própria bondade universal feito carne, isto é, Deus. Embora muitos não acreditem, mas tomam parte em sua mesa, pois podem criticá-lo, injuriá-lo, ridicularizá-lo sem risco de morrer na mão de terroristas religiosos.
            Tenho certeza: o mundo seguirá temperado na piedade e solidariedade cristã e meu Mestre, a seus desafetos, continuará eternamente oferecendo a outra face.

Carlos Augusto Ferreira Galvão

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