A trajetória de minha vida vem me indicando um caminho mais ou menos lírico, sem deixar a seriedade e a responsabilidade de lado. E nesse pensar encasquetei agora de escrever logo sobre o firmamento, sabidamente uma das mais profícuas fontes de inspiração de poetas e românticos, escritores e versejadores das mais variadas estirpes. E sendo assim meio metido a vate e escrivinhador de uns tempos para cá, logo de cara o que me ocorreu foram uns versos de Olavo Bilac:
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."
Eu nunca as entendi direito (às estrelas), apesar da grande admiração que tenho por noites estreladas, por aquela imensidão tão profunda que dá até para mergulhar com a alma no infinito de sua grandeza. Desde pequeno eu gosto de ver o céu estrelado. A reminiscência mais antiga que tenho de minha observação embevecida para com o esplendor do firmamento me vem do sítio de meus avós, no interior do Estado, onde em criança, eu me sentava numa espreguiçadeira colocada no terreiro, junto com tia Gladys.
Lá ficávamos até as tantas, olhando aquele mar pontilhado de luz. Tia Gladys tinha um conhecimento astronômico que até hoje acho surpreendente. Ela sabia indicar várias galáxias com seus nomes enigmáticos e destacava-lhes as estrelas principais com uma facilidade impressionante. Era como se toda aquela imensidão de azul profundo e seus pontilhados luminosos fizessem parte do seu próprio quintal. E ela dizia, na sua simplicidade cabocla que só agora eu entendo bem: “Veja lá! Aquelas são as Três Marias. São irmãs que Deus pediu para que nunca se separem, pois o amor entre os irmãos deve ser para sempre e nunca se acabar por nada.”... E eu olhava para o alto e conseguia identificar, numa parte da Constelação de Órion, as estrelas a que ela se referia.
“São aquelas, tia?”. Mas logo ela me chamava atenção: “Não aponte para as estrelas, menino, pois senão vai nascer uma verruga bem na ponta de seu dedo”. Com receio eu encolhia a mão e apenas perscrutava o infinito da abóbada celeste sem apontar o meu foco de admiração. Foi assim, nessas noites silenciosas e majestosas do sertão que eu conheci o Cruzeiro do Sul, que mais facilmente identificava, e outras tantas formações estelares das quais nunca me preocupei em guardar o nome. Guardava-lhes, no entanto, a beleza e a majestade do brilho cintilante no céu escuro, em maior ou menor intensidade.
Lembro-me com emoção das centelhas de luz que riscavam o céu de vez em quando. Nestas horas minha tia Gladys dizia que era pra eu fazer um desejo, pois se tratava de uma estrela cadente. No meu deslumbramento de criança que estava descobrindo os mistérios do mundo, eu me lembro que fechava os olhos completamente embevecido e emocionado, e desejava as coisas mais maravilhosas que se poderia desejar. Nem lembro o que era. Mas muitas delas devem ter acontecido, com o passar do tempo, e eu nem mesmo percebi. Em certas noites, quem dominava o páramo era a imponente figura da Lua. E eu ouvia extasiado as histórias e mistérios de São Jorge e seu dragão, que lá habitavam e tomavam conta do lugar. Eu olhava para a Lua e para o infinito espaço à sua volta e ficava pensando como é que poderia um cavalo, um dragão e um santo terem ido parar lá em cima.
Com o tempo eu fui compreendendo um pouco melhor certas coisas que se afirmavam sobre o céu e seus componentes, e especialmente sobre algumas histórias que Tia Gladys contava. Percebi que nunca nasceu qualquer verruga na ponta de meu dedo, por mais que eu já tivesse apontado essa ou aquela estrela. Comecei a ver o céu não mais como um espetáculo deslumbrante, mas como um componente das coisas à minha volta.
Cresci e aos poucos visitava menos o interior. Na cidade de São Paulo, onde sempre morei, o céu já não me parecia mais ter tanta beleza, pois raramente conseguia demonstrar sua pujança por entre a carapaça nebulosa que o encobria. Aos poucos fui abandonando minha admiração pelos corpos celestes que habitavam o imenso teto do mundo. Na verdade, pouca importância eu dei a eles durante uma boa parte de minha vida. Só olhava para o céu em caso de ameaça de chuva, de algum eclipse que se anunciava na rádio e na televisão e que raramente era possível ver, de alguma manchete sobre a calota de poluição que cobria a cidade e ameaçava a camada de ozônio...
Só recentemente, e antes mesmo de que alguém me propusesse dispensar algum olhar analítico para a abóbada celeste, eu comecei a prestar de novo atenção nos corpos celestes, na grandeza do firmamento, na sua complexidade e no seu significado. O céu já havia se tornado o teto do templo de meu universo há algum tempo. Só que eu não sabia. No meu fazer poético, eu já enaltecia a grandeza e o poder infinito de Deus, em alguns versos, como estes que escrevi em 1999:
Lumeeiros
Fiquei olhando o dia esmaecer
em longos momentos de agonia
da luz que a noite foi engolindo
até que toda ela perdesse o viço
e mergulhasse suavemente
além da última linha tênue do mar.
Fiquei admirando aquele enegrecer
lentamente difuso que se acomodava
sobre as águas e além dos montes
diluindo em si os contornos aparentes
e unificando em sombras as distâncias
que se tornaram etéreas e ausentes.
Então esperei pela luz da lua
que não se negou a aparecer
soberba como dona da noite
enfeitando de prata o oceano
e traçando suaves rumos luarentos
para guiar alguma nau perdida.
E novos luzeiros se revelaram
em cada ponto do céu enegrecido
onde a lua foi senhora e soberana
mas dividiu seu domínio suavemente
com as estrelas no seu luzir
até que um novo dia aconteceu.
A minha percepção sobre o firmamento foi adquirindo as nuances que a vida me propiciou em seu decorrer. Hoje, quando começo a tomar conhecimento de novas informações sobre astros, estrelas e sobre o firmamento, começo a fazer novas reflexões, diferentes das que fazia quando conheci as Três Marias. Agora compreendo o que sempre sabia: ao olhar o firmamento, vejo toda a grandeza e sabedoria do Grande Arquiteto do Universo, mesmo sem saber os nomes das estrelas e corpos celestes.
Ainda não sei nada sobre estrelas, nem sobre o céu e suas constelações. Nunca fui ao Planetário. Talvez seja uma boa ideia, agora que preciso ver com novos olhos o teto do templo de meu Universo. Bilac já havia dito, mas só agora começo a perceber que é preciso amar para entendê-las.
Marcos Gimenes Salun
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31/12/2011
30/12/2011
RECEITA DE FELICIDADE
Felicidade é um raio de luz que penetra com intensidade
Rápido, duradouro e tem sempre a maior profundidade.
Componentes essenciais - Usar produtos do BRASIL de boa procedência.
2 xícaras completas de compreensão
1 xícara de amizade
1 xícara de paciência
1 xícara de humildade.
1 copo grande transbordando de alegria.
1 pitada de bom humor. É pura, fenomenal magia...
E... 1 colher gigante de fermento de personalidade cristã.
MODO DE PREPARAR:
Num prato com o formato de coração coloque com carinho a amizade,
1 colher dourada pelo sol do meio dia e aos poucos acrescente a compreensão.
A paciência é fundamental homeopaticamente e com a humildade.
Misture tudo com muito jeito mexendo
com a colher da direita para a esquerda sempre vibrando a mão
Devagarzinho... Bem devagarzinho para que não haja perda.
Se possível rezando e cantando canções de ninar.
Na panela aquecida coloque tudo em fogo brando.
Não deixe que ferva. Deve em voz alta rezar o verbo amar.
Pitadas de alegrias, risadas, bom humor e orações cristãs.
Em quantidades com apertos de mãos,
sempre com o amor refletido nas meninas dos olhos
colocar em pequenas porções.
Servir com palavras doces e ardentes.
Bem suaves. Jamais deixar esfriar. Servir quente.
O ideal é Ter um termômetro e servi-la com as batidas do coração.
A receita é infalível é Top de linha. Para todos os gostos,
aquele que não apreciar necessita urgentemente
saborear e refletir a frase dita por “JESUS CRISTO”. Está na Bíblia.
"Amai-vos uns aos outros como a si mesmos”.
A felicidade traz no interior e deixa um cadinho de saudade.
Tem uma enorme porção de maioridade.
O final atinge o ser no sucesso do viver.
FELICIDADE foi na vida encontrar a MARIA ZULCIDES
E juntos formarmos a nossa família.
FELICIDADE é estar entre amigos.
FELICIDADE é estar em tempo de poesia. É ser.
Hélio José Déstro
Rápido, duradouro e tem sempre a maior profundidade.
Componentes essenciais - Usar produtos do BRASIL de boa procedência.
2 xícaras completas de compreensão
1 xícara de amizade
1 xícara de paciência
1 xícara de humildade.
1 copo grande transbordando de alegria.
1 pitada de bom humor. É pura, fenomenal magia...
E... 1 colher gigante de fermento de personalidade cristã.
MODO DE PREPARAR:
Num prato com o formato de coração coloque com carinho a amizade,
1 colher dourada pelo sol do meio dia e aos poucos acrescente a compreensão.
A paciência é fundamental homeopaticamente e com a humildade.
Misture tudo com muito jeito mexendo
com a colher da direita para a esquerda sempre vibrando a mão
Devagarzinho... Bem devagarzinho para que não haja perda.
Se possível rezando e cantando canções de ninar.
Na panela aquecida coloque tudo em fogo brando.
Não deixe que ferva. Deve em voz alta rezar o verbo amar.
Pitadas de alegrias, risadas, bom humor e orações cristãs.
Em quantidades com apertos de mãos,
sempre com o amor refletido nas meninas dos olhos
colocar em pequenas porções.
Servir com palavras doces e ardentes.
Bem suaves. Jamais deixar esfriar. Servir quente.
O ideal é Ter um termômetro e servi-la com as batidas do coração.
A receita é infalível é Top de linha. Para todos os gostos,
aquele que não apreciar necessita urgentemente
saborear e refletir a frase dita por “JESUS CRISTO”. Está na Bíblia.
"Amai-vos uns aos outros como a si mesmos”.
A felicidade traz no interior e deixa um cadinho de saudade.
Tem uma enorme porção de maioridade.
O final atinge o ser no sucesso do viver.
FELICIDADE foi na vida encontrar a MARIA ZULCIDES
E juntos formarmos a nossa família.
FELICIDADE é estar entre amigos.
FELICIDADE é estar em tempo de poesia. É ser.
Hélio José Déstro
27/12/2011
UMA IDEIA DE FELICIDADE
Busquei no baú da saudade
O que vem a ser felicidade.
Ali estava a infância despreocupada tão passageira,
no faz de conta na vida brejeira.
Coroas de flores do jardim, criadas
para bonecas descabeladas, há muito abandonadas.
Livros coloridos onde falavam as fadas
e brigavam bruxas. Agora com páginas arrancadas.
O urso tão meigo e simpático restou meio pelado
e ainda me ouvia ralhar só porque não ficava sentado.
Caixinha de música, dourada, muito especial ao tocar
uma valsa, para o parzinho de bonecos dançar.
Presente trazido de longe encantou a menina.
Agora já não toca mais. Quebrou-se o sonho e a magia.
Nos folguedos: pular corda, amarelinha, o caracol.
Esconde-esconde, queimada, brincadeiras de roda
“Atirei um pau no gatô,tô”... até o por do sol.
Porém agora tudo é passado. A tv deixou fora de moda
Na escola, meu Deus, a tabuada!
Mas quanta alegria quando decorada.
Caligrafia, problemas para resolver.
E a leitura era preciso entender!
O amanhecer puro da chegada do Natal
A árvore, os sapatinhos. Brilhava a estrela de purpurina!
E encantada encontrar os tão sonhados brinquedos.
Depois as amigas confidentes que t rocavam segredos.
Toc toc : a emoção no primeiro salto alto. O batom permitido.
Na saída da escola olhares desviados, por ordem de Cupido,
para os rapazes que passavam meio desapercebidos.
Estaríamos encontrando nossos futuros maridos?
Sonhos possíveis, ver estrelas nos olhos brilhando.
A formatura. O primeiro baile. O vestido longo arrastando
pelo salão, à procura de alguém que nos sonhos existia.
A orquestra, a valsa romântica eram encantada magia.
E num dia tão feliz, finalmente o amor encontrado.
O vestido de noiva, e com alegria está marcado
o casamento. Flores, música, os brindes à felicidade.
Ficou longe o faz de conta, mas restou saudade.
E um dia recebemos o presente celestial
Começa uma vida nova para o casal.
Choro recém-chegado na casa. É tudo um reboliço.
E a vida continua com um novo compromisso.
Maria do Céu Coutinho Louzã
O que vem a ser felicidade.
Ali estava a infância despreocupada tão passageira,
no faz de conta na vida brejeira.
Coroas de flores do jardim, criadas
para bonecas descabeladas, há muito abandonadas.
Livros coloridos onde falavam as fadas
e brigavam bruxas. Agora com páginas arrancadas.
O urso tão meigo e simpático restou meio pelado
e ainda me ouvia ralhar só porque não ficava sentado.
Caixinha de música, dourada, muito especial ao tocar
uma valsa, para o parzinho de bonecos dançar.
Presente trazido de longe encantou a menina.
Agora já não toca mais. Quebrou-se o sonho e a magia.
Nos folguedos: pular corda, amarelinha, o caracol.
Esconde-esconde, queimada, brincadeiras de roda
“Atirei um pau no gatô,tô”... até o por do sol.
Porém agora tudo é passado. A tv deixou fora de moda
Na escola, meu Deus, a tabuada!
Mas quanta alegria quando decorada.
Caligrafia, problemas para resolver.
E a leitura era preciso entender!
O amanhecer puro da chegada do Natal
A árvore, os sapatinhos. Brilhava a estrela de purpurina!
E encantada encontrar os tão sonhados brinquedos.
Depois as amigas confidentes que t rocavam segredos.
Toc toc : a emoção no primeiro salto alto. O batom permitido.
Na saída da escola olhares desviados, por ordem de Cupido,
para os rapazes que passavam meio desapercebidos.
Estaríamos encontrando nossos futuros maridos?
Sonhos possíveis, ver estrelas nos olhos brilhando.
A formatura. O primeiro baile. O vestido longo arrastando
pelo salão, à procura de alguém que nos sonhos existia.
A orquestra, a valsa romântica eram encantada magia.
E num dia tão feliz, finalmente o amor encontrado.
O vestido de noiva, e com alegria está marcado
o casamento. Flores, música, os brindes à felicidade.
Ficou longe o faz de conta, mas restou saudade.
E um dia recebemos o presente celestial
Começa uma vida nova para o casal.
Choro recém-chegado na casa. É tudo um reboliço.
E a vida continua com um novo compromisso.
Maria do Céu Coutinho Louzã
21/12/2011
NOITE DE LUZ
Natal da minha infância...
Bombons de chocolate
Embrulhados em festivo papel.
Castanhas e fantasia,
E a figura esperada e querida
De um velho Papai Noel.
Ah, saudade morna e perfumada
Dos sinos tocando e a igreja lotada
Em bênçãos e muitos sorrisos,
Na linda noite encantada.
O sono que me rondava
-qual pó de pirlimpimpim!-
Trazia de terra distante e gelada,
De entre duendes e fadas,
Um sonho com anjo e clarins.
Na manhã que despertava,
Ao abrir os olhos, contente,
Eu via na caixa dourada
O tão esperado presente!
Natal de noites felizes e ambíguas sensações,
Que entre sedas e vernizes
Lembrava-me os infelizes
Sem nenhum pedaço de pão.
Natal é a Virgem Maria
Olhando o pequeno menino
No bercinho repousar...
É o sonho e a vontade,
É o gosto e a saudade
Do que não pode voltar..!
Josyanne Rita de Arruda Franco
Bombons de chocolate
Embrulhados em festivo papel.
Castanhas e fantasia,
E a figura esperada e querida
De um velho Papai Noel.
Ah, saudade morna e perfumada
Dos sinos tocando e a igreja lotada
Em bênçãos e muitos sorrisos,
Na linda noite encantada.
O sono que me rondava
-qual pó de pirlimpimpim!-
Trazia de terra distante e gelada,
De entre duendes e fadas,
Um sonho com anjo e clarins.
Na manhã que despertava,
Ao abrir os olhos, contente,
Eu via na caixa dourada
O tão esperado presente!
Natal de noites felizes e ambíguas sensações,
Que entre sedas e vernizes
Lembrava-me os infelizes
Sem nenhum pedaço de pão.
Natal é a Virgem Maria
Olhando o pequeno menino
No bercinho repousar...
É o sonho e a vontade,
É o gosto e a saudade
Do que não pode voltar..!
Josyanne Rita de Arruda Franco
16/12/2011
Pizza Literária de Dezembro
A nossa Pizza Literária SP de ontem (dia 15 de dezembro) foi ótima com um ambiente agradável e festivo, muitos brindes e belíssimas apresentações literárias.
Na ocasião divulgamos os vencedores do Prêmio Flerts Nebó (melhor prosa lida nas Pizzas Literárias entre agosto de 2010 e julho de 2011):
Primeiro Lugar: Lígia Terezinha Pezzuto (“A Florista”)
Primeira Menção Honrosa: Márcia Etelli Coelho (“Perdido em Uma Ilha Deserta”)
Segunda Menção Honrosa: Márcia Etelli Coelho (“Minha Alma É Menina”).
Aproveitamos também para revelar que Josyanne Rita de Arruda Franco foi a vencedora da Super Pizza de novembro (cujo tema foi “Uma Ideia de Felicidade”).
Homenageamos ainda Elza Yoshio Otomo, entregando-lhe o Certificado Colaborador 2011 pelo reconhecimento por sua participação e colaboração nas atividades da Sobrames SP.
E mais uma surpresa: Josyanne nos apresentou um pequeno painel com fotos dos rostos dos sobramistas que participam das Pizzas Literárias. Uma ideia original, criativa e sensível, bem ao seu estilo.
Enfim, tivemos momentos emocionantes e esperamos que 2012 continue propiciando prosperidade e harmonia nos nossos talentos criativos.
O texto "A Florista" já foi postado nesse Blog para quem quiser conferir.
Aguardem a postagem dos demais.
Na ocasião divulgamos os vencedores do Prêmio Flerts Nebó (melhor prosa lida nas Pizzas Literárias entre agosto de 2010 e julho de 2011):
Primeiro Lugar: Lígia Terezinha Pezzuto (“A Florista”)
Primeira Menção Honrosa: Márcia Etelli Coelho (“Perdido em Uma Ilha Deserta”)
Segunda Menção Honrosa: Márcia Etelli Coelho (“Minha Alma É Menina”).
Aproveitamos também para revelar que Josyanne Rita de Arruda Franco foi a vencedora da Super Pizza de novembro (cujo tema foi “Uma Ideia de Felicidade”).
Homenageamos ainda Elza Yoshio Otomo, entregando-lhe o Certificado Colaborador 2011 pelo reconhecimento por sua participação e colaboração nas atividades da Sobrames SP.
E mais uma surpresa: Josyanne nos apresentou um pequeno painel com fotos dos rostos dos sobramistas que participam das Pizzas Literárias. Uma ideia original, criativa e sensível, bem ao seu estilo.
Enfim, tivemos momentos emocionantes e esperamos que 2012 continue propiciando prosperidade e harmonia nos nossos talentos criativos.
O texto "A Florista" já foi postado nesse Blog para quem quiser conferir.
Aguardem a postagem dos demais.
A FLORISTA
Cruzamento da Avenida Brasil com Rebouças, em São Paulo. Lá vem ela toda sorrisos, oferecendo flores.
Na cidade endurecida pelo concreto, um raio de sol a iluminar, com as cores da alegria, o rosto dos seus inúmeros fregueses.
– Oi, meu amor, como vai você? E o pai e a mãe vão bem? Olha, tome, leve estas flores pra eles. Elas estão fresquinhas.
E sem aceitar o pagamento, ao abrir o sinal, gritava:
– Tchau!!! Amo vocês!!! Beijo!!!
A cena se repetia em seus diversos matizes nos momentos em que eu cruzava essas avenidas na volta do trabalho. Às vezes eu ou os demais fregueses comprávamos um buquê, outras ela o colocava em cima do teto do carro e ficava a conversar até o farol abrir, quando o pegava de volta e corria à calçada, aguardando o próximo sinal vermelho.
Era uma jovem senhora, talhada pela vida dura, mas que não perdia o bom humor e a coragem para sustentar um filho, na época, universitário, com a venda de flores. Vilma, o seu nome.
Naquela avenida onde tantos compromissos ocasionavam o vaivém frenético e o isolamento das pessoas no interior de seus veículos, Vilma era a típica brasileira a espalhar a ginga faceira e uma sadia afetividade.
Nos dias chuvosos, ela não aparecia e já sabíamos que não estaria lá. Mas bastava firmar o tempo e a expectativa por revê-la se fazia presente.
Era uma cena corriqueira encontrá-la ao lado de algum carro com o vidro aberto e travando conversas amenas com seus “amores”. Era cativante.
De um dia para o outro, não a vimos mais. Que pena! O que teria acontecido?
Passaram-se meses e até mesmo anos. Mudou o rumo da vida, mudaram os trajetos que passamos a fazer, mas Vilma, vez ou outra, surgia nas conversas familiares. Até que um dia, na volta de um compromisso no bairro de Moema, debaixo de muita chuva... surpresa... lá estava ela no mesmo cruzamento.
– Olá!!! Vocês aqui!!! Quanto tempo!!! Que saudades!!!
A vivacidade era a mesma, os traços dos dias difíceis eram visíveis, mas a tenacidade também.
– Pensamos em você nesse tempo, como está?
– Tudo bom, meus amores, o filho vai bem, a saúde boa e a época é de diversificar. Continuo vendendo flores nos dias menos quentes e, agora, nos chuvosos, vendo guarda-chuvas.
– Ih! Abriu o sinal!
– Feliz em ver vocês, meus queridos, vão com Deus, amo vocês!!!!
Lígia Terezinha Pezzuto
Texto Vencedor do Prêmio Flerts Nebó 2010-2011
Na cidade endurecida pelo concreto, um raio de sol a iluminar, com as cores da alegria, o rosto dos seus inúmeros fregueses.
– Oi, meu amor, como vai você? E o pai e a mãe vão bem? Olha, tome, leve estas flores pra eles. Elas estão fresquinhas.
E sem aceitar o pagamento, ao abrir o sinal, gritava:
– Tchau!!! Amo vocês!!! Beijo!!!
A cena se repetia em seus diversos matizes nos momentos em que eu cruzava essas avenidas na volta do trabalho. Às vezes eu ou os demais fregueses comprávamos um buquê, outras ela o colocava em cima do teto do carro e ficava a conversar até o farol abrir, quando o pegava de volta e corria à calçada, aguardando o próximo sinal vermelho.
Era uma jovem senhora, talhada pela vida dura, mas que não perdia o bom humor e a coragem para sustentar um filho, na época, universitário, com a venda de flores. Vilma, o seu nome.
Naquela avenida onde tantos compromissos ocasionavam o vaivém frenético e o isolamento das pessoas no interior de seus veículos, Vilma era a típica brasileira a espalhar a ginga faceira e uma sadia afetividade.
Nos dias chuvosos, ela não aparecia e já sabíamos que não estaria lá. Mas bastava firmar o tempo e a expectativa por revê-la se fazia presente.
Era uma cena corriqueira encontrá-la ao lado de algum carro com o vidro aberto e travando conversas amenas com seus “amores”. Era cativante.
De um dia para o outro, não a vimos mais. Que pena! O que teria acontecido?
Passaram-se meses e até mesmo anos. Mudou o rumo da vida, mudaram os trajetos que passamos a fazer, mas Vilma, vez ou outra, surgia nas conversas familiares. Até que um dia, na volta de um compromisso no bairro de Moema, debaixo de muita chuva... surpresa... lá estava ela no mesmo cruzamento.
– Olá!!! Vocês aqui!!! Quanto tempo!!! Que saudades!!!
A vivacidade era a mesma, os traços dos dias difíceis eram visíveis, mas a tenacidade também.
– Pensamos em você nesse tempo, como está?
– Tudo bom, meus amores, o filho vai bem, a saúde boa e a época é de diversificar. Continuo vendendo flores nos dias menos quentes e, agora, nos chuvosos, vendo guarda-chuvas.
– Ih! Abriu o sinal!
– Feliz em ver vocês, meus queridos, vão com Deus, amo vocês!!!!
Lígia Terezinha Pezzuto
Texto Vencedor do Prêmio Flerts Nebó 2010-2011
12/12/2011
SAGA PIRES DE CAMPOS
Os Bandeirantes eram destemidos, sagazes e dotados de grande amor e desejo de desvendar, a se aventurar no seio da selva dispostos a conquistar e implantar seu sonho, sua impetuosa bravura no território nacional.
A partida se dava e se iniciava, habitualmente, em Itu, indo ao Mato Grosso até atingir o Tocantins, Bolívia, Peru e mesmo o Oceano Pacifico. Outras vezes se dirigiram e embrenharam no intimo da mata em direção a Goiás; Minas Gerais a fim de desvendar, dominar novas tribos, explorar, cultivar novos solos e pesquisar a região na intenção de achar ouro ou pedras preciosas. Sonhavam em desbravar e em sua atividade havia a ânsia de ocupação efetiva do território brasileiro dando a ele uma adequada configuração geográfica do sonho nutrido a partir do fim do século XVII.
Antonio Pires de Campos gentio, bravo e rude, de forte tessitura física, ate bárbaro, houve por bem viajar as portas das minas de Cuiabá e de seu recôncavo no qual declarou ao reino ao atingi-lo: que chegou e viu.
Antonio se casou com a filha de Bartolomeu Bueno. No inicio do século XVIII, em 1722, reuniu vinte convidados de alma exploradora, destemidos e, seguiu com seu filho, Antonio e seu pai Manoel de Campos, à paragem, anteriormente, designada Martírio, semelhante a Coroa, lança e cravos da Paixão da qual foram, a priori, sogro e filho, testemunhos lídimos intrépidos.
As evidências concretas das pedrarias foram nessa ocasião por ele notificadas e desejadas, todavia não mais as atingiu e, mesmo delas não tomou posse.
Muito navegou pelos rios, andou léguas e léguas e atingiu a famosa serra dos Martírios donde trouxe uma amostra de um folheto de ouro. Acompanhava-o seu filho de 12 anos, Antonio Pires de Campos, épico e destemido jovem bandeirante.
Os Pires de Campos eram famosos caçadores de índios, sertanistas duros, indômitos e poderosa grei de bandeirantes destemidos, rompedores, desbravadores, gentis homens, lutadores de bela raiz e de profundo senso familiar.
Em sua campanha no sertão o venturoso O Pai Pirá (o que veio do rio) a testa e, firme no comando dos bororós seguiu, lutou e dominou os caiapós em 1746. Este fato revela sua sagacidade, sua perspicácia, sua argúcia e seu anseio empreendedor inato tão aguerrido quanto aventureiro Paulista. Sua liderança e bravura se revelaram em seus atos e ações a frente dos bororós. Assim como desbravador inato soube cativar ou dominar seus vencidos nas longínquas paragens do território nacional que caminhou aliado aos fieis parceiros que o seguiam destemidos e solidários a sua memorável intenção de amor à Bandeira Paulista na ocupação almejada da extensa terra Brasileira.
Conquistou e dominou ao cair bravio sobre os índios e os arcabuzou (arcabuz- antiga arma de fogo); fazendo enorme numero de presas, contudo ansioso desejava atingir os Martírios.
Investiu sobre a mata; subiu e caminhou pela primeira vez o rio, quando aprisionou ou preou, o gentio Coxiponé (índio mato-grossense) e sua tribo; diante e próximo do rio, que nada mais do que era o Cuyabá (Cuiabá). Nesse logradouro ou sítio demarcou sua visita e consagrou sua memorável presença.
Infelizmente vagou muito e a longa distância, porém, não obteve a gloria ou a sorte aventurosa de colher os frutos do enamorado Martírio.
As Bandeiras desejavam catequizar os índios; aliciá-los se possível na longa, venturosa e, muitas vezes produtiva viagem pela mata do território desvelado.
O valor desses bravios, rudes, aventureiros e sagazes desbravadores é, incomensurável visto que graças à visão impetuosa e muito sonhadora desvendaram, implantaram anseios e devaneios que cultuaram em terras desbravadas, ideais nas sendas construídas e, fixadas nas suas destemidas implantações ao longo de nossa pátria. No entanto, inexplorada e apenas habitada pelos índios nativos existentes nessa grandiosa extensão territorial.
Nota-se que os Pires de Campos foram desbravadores acostumados às ações voltadas à natureza e na aventura do desvendar, do descobrir, de investigar, portanto, dessa maneira o rio Tiete se tornou a rota primordial e principal de suas sagas. As cidades ribeirinhas e circundantes dessa encantadora e rica via se tornaram local de habitação da família a exemplo: de Capivari, Monte Mor, Tiete, Laranjal Paulista, Tatuí, Botucatu, Jaú entre outras longínquas paragens de nosso solo.
É uma importante referência a um nobre iniciador, inovador, destemido, correto e lutador ancestral.
Referência Bibliográfica: Taques, P.; Taumay, A.; Setubal, P.; Museu Histórico de Itu – SP.
Evanil Pires de Campos
A partida se dava e se iniciava, habitualmente, em Itu, indo ao Mato Grosso até atingir o Tocantins, Bolívia, Peru e mesmo o Oceano Pacifico. Outras vezes se dirigiram e embrenharam no intimo da mata em direção a Goiás; Minas Gerais a fim de desvendar, dominar novas tribos, explorar, cultivar novos solos e pesquisar a região na intenção de achar ouro ou pedras preciosas. Sonhavam em desbravar e em sua atividade havia a ânsia de ocupação efetiva do território brasileiro dando a ele uma adequada configuração geográfica do sonho nutrido a partir do fim do século XVII.
Antonio Pires de Campos gentio, bravo e rude, de forte tessitura física, ate bárbaro, houve por bem viajar as portas das minas de Cuiabá e de seu recôncavo no qual declarou ao reino ao atingi-lo: que chegou e viu.
Antonio se casou com a filha de Bartolomeu Bueno. No inicio do século XVIII, em 1722, reuniu vinte convidados de alma exploradora, destemidos e, seguiu com seu filho, Antonio e seu pai Manoel de Campos, à paragem, anteriormente, designada Martírio, semelhante a Coroa, lança e cravos da Paixão da qual foram, a priori, sogro e filho, testemunhos lídimos intrépidos.
As evidências concretas das pedrarias foram nessa ocasião por ele notificadas e desejadas, todavia não mais as atingiu e, mesmo delas não tomou posse.
Muito navegou pelos rios, andou léguas e léguas e atingiu a famosa serra dos Martírios donde trouxe uma amostra de um folheto de ouro. Acompanhava-o seu filho de 12 anos, Antonio Pires de Campos, épico e destemido jovem bandeirante.
Os Pires de Campos eram famosos caçadores de índios, sertanistas duros, indômitos e poderosa grei de bandeirantes destemidos, rompedores, desbravadores, gentis homens, lutadores de bela raiz e de profundo senso familiar.
Em sua campanha no sertão o venturoso O Pai Pirá (o que veio do rio) a testa e, firme no comando dos bororós seguiu, lutou e dominou os caiapós em 1746. Este fato revela sua sagacidade, sua perspicácia, sua argúcia e seu anseio empreendedor inato tão aguerrido quanto aventureiro Paulista. Sua liderança e bravura se revelaram em seus atos e ações a frente dos bororós. Assim como desbravador inato soube cativar ou dominar seus vencidos nas longínquas paragens do território nacional que caminhou aliado aos fieis parceiros que o seguiam destemidos e solidários a sua memorável intenção de amor à Bandeira Paulista na ocupação almejada da extensa terra Brasileira.
Conquistou e dominou ao cair bravio sobre os índios e os arcabuzou (arcabuz- antiga arma de fogo); fazendo enorme numero de presas, contudo ansioso desejava atingir os Martírios.
Investiu sobre a mata; subiu e caminhou pela primeira vez o rio, quando aprisionou ou preou, o gentio Coxiponé (índio mato-grossense) e sua tribo; diante e próximo do rio, que nada mais do que era o Cuyabá (Cuiabá). Nesse logradouro ou sítio demarcou sua visita e consagrou sua memorável presença.
Infelizmente vagou muito e a longa distância, porém, não obteve a gloria ou a sorte aventurosa de colher os frutos do enamorado Martírio.
As Bandeiras desejavam catequizar os índios; aliciá-los se possível na longa, venturosa e, muitas vezes produtiva viagem pela mata do território desvelado.
O valor desses bravios, rudes, aventureiros e sagazes desbravadores é, incomensurável visto que graças à visão impetuosa e muito sonhadora desvendaram, implantaram anseios e devaneios que cultuaram em terras desbravadas, ideais nas sendas construídas e, fixadas nas suas destemidas implantações ao longo de nossa pátria. No entanto, inexplorada e apenas habitada pelos índios nativos existentes nessa grandiosa extensão territorial.
Nota-se que os Pires de Campos foram desbravadores acostumados às ações voltadas à natureza e na aventura do desvendar, do descobrir, de investigar, portanto, dessa maneira o rio Tiete se tornou a rota primordial e principal de suas sagas. As cidades ribeirinhas e circundantes dessa encantadora e rica via se tornaram local de habitação da família a exemplo: de Capivari, Monte Mor, Tiete, Laranjal Paulista, Tatuí, Botucatu, Jaú entre outras longínquas paragens de nosso solo.
É uma importante referência a um nobre iniciador, inovador, destemido, correto e lutador ancestral.
Referência Bibliográfica: Taques, P.; Taumay, A.; Setubal, P.; Museu Histórico de Itu – SP.
Evanil Pires de Campos
11/12/2011
COLETÂNEA ABRAMES - SOBRAMES
Incluo, com satisfação, um comunicado sobre um interessante projeto literário que visa agregar médicos escritores de todo o pais.
A SOBRAMES associa-se a ABRAMES para editar e publicar a “Coletânea de Literatura de excelência: a I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA 2012 e a I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA 2012: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS”, inéditos ou já publicados, sobre assunto à escolha do autor.
O que se objetiva é dar visibilidade a um elenco de literatura em prosa e verso de elevada qualidade que, sabemos, dispersos entre os Escritores Médicos de nosso País.
Pretendemos lançar a Coletânea durante o Congresso da Sobrames, que ocorrerá em outubro de 2012, em Curitiba, Paraná, Brasil.
A SOBRAMES e ABRAMES se comprazem em propiciar visibilidade à produção literária e cultural de nossos aguerridos doutos associados.
Na feliz expectativa,
cordialmente,
Marco Aurélio Baggio e Juçara R. V. Valverde
1 – I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA 2012
Coordenação Prosa e editoração - Marco Aurélio Baggio, presidente da SOBRAMES NACIONAL - Rua Ouro Preto, 1523 apto. 1602 – CEP 30.170-040 – Belo Horizonte, MG
e-mail: marcoaureliobaggio@yahoo.com.br
Propomos o envio de texto de três a cinco páginas, Times New Roman, fonte 12, espaço 1,5, com nome do autor, principal título, endereço para correspondências telefones e celular de contato e-mail. Enviar em CD.
Prazo de envio até 30 de abril de 2012.
O valor da participação é de R$ 300,00 com cheque nominal a MARCO AURÉLIO BAGGIO na data do envio do excepcional texto.
Cada autor receberá 20 exemplares da I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA, correios incluídos.
2 - I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA 2012: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS.
Coordenação Versos e editoração - Juçara R. V. Valverde, presidente da ABRAMES - Rua Humaitá, 282, bloco 1, apto 707 – CEP: 22261-001- Botafogo - Rio de Janeiro, RJ.
e-mail: jucvalverde@gmail.com
Propomos o envio dos Versos - Aldravias e Trovas quatro por página - três páginas, Poesia - quatro, uma por página de até 35 linhas; em Arial, fonte 11, espaço 1,5, com nome do autor, principal título, endereço para correspondências, telefones e ou celular de contato e e-mail.
Enviar em CD ou pela Internet.
Prazo de envio até 30 de abril de 2012.
O valor da participação é de R$ 300,00.
Cada autor receberá 20 exemplares da I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS., correios incluídos.
A SOBRAMES associa-se a ABRAMES para editar e publicar a “Coletânea de Literatura de excelência: a I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA 2012 e a I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA 2012: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS”, inéditos ou já publicados, sobre assunto à escolha do autor.
O que se objetiva é dar visibilidade a um elenco de literatura em prosa e verso de elevada qualidade que, sabemos, dispersos entre os Escritores Médicos de nosso País.
Pretendemos lançar a Coletânea durante o Congresso da Sobrames, que ocorrerá em outubro de 2012, em Curitiba, Paraná, Brasil.
A SOBRAMES e ABRAMES se comprazem em propiciar visibilidade à produção literária e cultural de nossos aguerridos doutos associados.
Na feliz expectativa,
cordialmente,
Marco Aurélio Baggio e Juçara R. V. Valverde
1 – I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA 2012
Coordenação Prosa e editoração - Marco Aurélio Baggio, presidente da SOBRAMES NACIONAL - Rua Ouro Preto, 1523 apto. 1602 – CEP 30.170-040 – Belo Horizonte, MG
e-mail: marcoaureliobaggio@yahoo.com.br
Propomos o envio de texto de três a cinco páginas, Times New Roman, fonte 12, espaço 1,5, com nome do autor, principal título, endereço para correspondências telefones e celular de contato e-mail. Enviar em CD.
Prazo de envio até 30 de abril de 2012.
O valor da participação é de R$ 300,00 com cheque nominal a MARCO AURÉLIO BAGGIO na data do envio do excepcional texto.
Cada autor receberá 20 exemplares da I COLETÂNEA SOBRAMES X ABRAMES PROSA DE EXCELÊNCIA, correios incluídos.
2 - I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA 2012: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS.
Coordenação Versos e editoração - Juçara R. V. Valverde, presidente da ABRAMES - Rua Humaitá, 282, bloco 1, apto 707 – CEP: 22261-001- Botafogo - Rio de Janeiro, RJ.
e-mail: jucvalverde@gmail.com
Propomos o envio dos Versos - Aldravias e Trovas quatro por página - três páginas, Poesia - quatro, uma por página de até 35 linhas; em Arial, fonte 11, espaço 1,5, com nome do autor, principal título, endereço para correspondências, telefones e ou celular de contato e e-mail.
Enviar em CD ou pela Internet.
Prazo de envio até 30 de abril de 2012.
O valor da participação é de R$ 300,00.
Cada autor receberá 20 exemplares da I COLETÂNEA ABRAMES X SOBRAMES VERSOS DE EXCELÊNCIA: ALDRAVIAS, POESIAS E TROVAS., correios incluídos.
10/12/2011
FELICIDADE
(...) Aí teve um tempo em que eu acreditei na felicidade. Sabia
exatamente onde ela estava. Fui lá. Certeiro. Disseram que ela tinha
saído. Não demorava. Esperei. Demorou mais do que prometeram.
Desisti? Não! Dei um tempo. Tinha outras coisas pra fazer.
Aí teve um outro tempo em que eu me lembrei da felicidade.
Achei que sabia onde ela estava. Fui lá, quase certo de que estava lá.
Disseram que havia um bom tempo que não a viam por ali. Não desisti,
mesmo assim. Refleti profundamente. Mas tinha outras coisas pra fazer.
Aí teve ainda outro tempo em que achei que acreditava na
felicidade. Não tinha nenhuma certeza de onde ela poderia estar. Mas
fui lá, assim mesmo. Disseram que era uma lenda muito antiga. No entanto,
que eu não me empolgasse. Fui lá. Cadê? Tornei a refleti, mas já achava
pura perda de tempo. Tinha ainda muita coisa pra fazer.
Aí o tempo já não interessava mais. Ainda pensava na felicidade:
ora como uma esperança, ora como uma crença, ora como uma quimera,
ora como uma mentira, ora como uma dança, ora como um louvor, ora
como um impulso, ora como uma alavanca. Em tudo isso e em muita
coisa mais eu pensei, como se tudo fosse a pura e simples FELICIDADE.
Acho que nesse tempo eu já estava feliz (...)
Marcos Gimenes Salun
exatamente onde ela estava. Fui lá. Certeiro. Disseram que ela tinha
saído. Não demorava. Esperei. Demorou mais do que prometeram.
Desisti? Não! Dei um tempo. Tinha outras coisas pra fazer.
Aí teve um outro tempo em que eu me lembrei da felicidade.
Achei que sabia onde ela estava. Fui lá, quase certo de que estava lá.
Disseram que havia um bom tempo que não a viam por ali. Não desisti,
mesmo assim. Refleti profundamente. Mas tinha outras coisas pra fazer.
Aí teve ainda outro tempo em que achei que acreditava na
felicidade. Não tinha nenhuma certeza de onde ela poderia estar. Mas
fui lá, assim mesmo. Disseram que era uma lenda muito antiga. No entanto,
que eu não me empolgasse. Fui lá. Cadê? Tornei a refleti, mas já achava
pura perda de tempo. Tinha ainda muita coisa pra fazer.
Aí o tempo já não interessava mais. Ainda pensava na felicidade:
ora como uma esperança, ora como uma crença, ora como uma quimera,
ora como uma mentira, ora como uma dança, ora como um louvor, ora
como um impulso, ora como uma alavanca. Em tudo isso e em muita
coisa mais eu pensei, como se tudo fosse a pura e simples FELICIDADE.
Acho que nesse tempo eu já estava feliz (...)
Marcos Gimenes Salun
05/12/2011
SEMANA ABRAMES 2011
De 21 a 23 de novembro de 2011 realizou-se no Rio de Janeiro a Semana ABRAMES sob organização de Juçara Valverde.
A SOBRAMES SÃO PAULO foi representada por:
- Aida Begliomini
- Dumara Jacintho,
- Hélio Begliomini que fez uma brilhante participação na Oficina Memória da ABRAMES
- Nelson Jacintho que conquistou dois prêmios:
Segundo Lugar no Concurso Literário Categoria Crônica ("Tempos Modernos").
Terceiro Lugar no Concurso Literário Categoria Conto ("Férias").
A SOBRAMES SÃO PAULO foi representada por:
- Aida Begliomini
- Dumara Jacintho,
- Hélio Begliomini que fez uma brilhante participação na Oficina Memória da ABRAMES
- Nelson Jacintho que conquistou dois prêmios:
Segundo Lugar no Concurso Literário Categoria Crônica ("Tempos Modernos").
Terceiro Lugar no Concurso Literário Categoria Conto ("Férias").
04/12/2011
O VELHO E O CEGO
Estava eu no ônibus em São José dos Campos, quando numa parada obrigatória subiu um cego. Cumprimentou o motorista e dirigiu-se ao primeiro banco, empunhando na mão direita a bengala e na esquerda uma maleta tipo colegial. Na lateral um aviso:
“Reservado às mulheres gestantes, velhos e deficiente físicos”. Sem mais sentou-se ao lado de um senhor magro de cabelos brancos, que gentilmente procurou ajudá-lo.
- Obrigado amigo, obrigado. Bom dia!
- Bom dia ! O senhor está passeando?
- Passeando? Eu vou é trabalhar! O senhor pensa que cego não trabalha? Ser pedinte é um profissão igual a qualquer outra. Dá o seu serviço e recebe em troca o correspondente em dinheiro, nem sempre proporcional ao seu esforço.Às vezes, a quantia é tão irrisória que nem vale a pena, mas, isto são os ossos do ofício. Entretanto, não posso me queixar. Tenho montada uma boa casa e no banco uma poupança para o futuro.
- O senhor tem filhos?
- Seis! Dois na faculdade. Um cursando Direito e o outro Odontologia.
- Puxa! Seis filhos... O senhor é valente!
- Mas, do que o senhor se admira? Não chega eu ser cego e ainda o senhor queria que eu fosse impotente?
- O senhor me desculpe, não falei com este sentido... É que hoje com a vida tão difícil não é brincadeira sustentar uma família numerosa.
- Nisso eu concordo com o senhor. Trabalho muito, mas, sem exagero. Sou bem organizado. Às 17 horas, encerro o meu expediente e retorno à minha casa no convívio familiar. Não trabalho sábado, domingo e feriados, pois ninguém é de ferro e nem burro de carga.
- O senhor é um homem robusto, disposto. Qual é a sua idade?
- Quarenta e seis anos.
- Não aparenta trinta. Qual é o segredo?
- Alimentação saudável, sono tranqüilo, exercícios logo de manhã, ando bastante, bom humor, não esquento com nada. A cegueira não me atrapalha em nada.
- Extraordinário! Posso saber outra coisa?
- À vontade! Isto está me cheirando à Inquisição ou à CPI dos deputados...
-Não quero ser indiscreto. É pura curiosidade...O senhor é comunista?
- Sou corinthiano!
- Ah o senhor é brincalhão!
- Meu amigo, não se esqueça que o homem é o único animal que ri. Quando o Corinthians perde é aquela tristeza, mas, quando ganha é aquela alegria. Já os políticos só dão tristezas. Comunismo, socialismo, capitalismo é tudo a mesma coisa. O homem continua sempre o mesmo. O rico não se importa com o pobre. O forte domina o fraco. O inteligente despreza o ignorante. Resumindo: o que pode mais chora menos.
- O senhor é católico?
- Sou por tradição. Atualmente não frequento mais a Igreja desde que o padre da minha paróquia insiste em dizer que nós nascemos com o pecado original. Para mim é uma “embromação”.
- O padre repete as ordens de seus superiores...
- Então, ele é um simples capacho? Para que serve a cabeça? Só para pentear os cabelos? Bem, terminado o meu inquérito vamos ao seu:
- Quantos anos o senhor tem?
- Setenta e dois anos!
- Bem usado !
- Mas eu me considero jovem!
- Maravilha! O que o senhor faz para conseguir essa transformação?
- Eu amo e sou amado!
- Beleza! Eu gosto de ouvir isso!
- Eu estou amigado com uma mulher bem mais jovem do que eu.
- Quantos anos ela tem?
- Sessenta e cinco anos.
- De fato é jovem demais para p senhor! – irônico-
- Foi amor à primeira vista.
- Faço idéia! Os dois enxergam bem?
- Ela é muito atenciosa, carinhosa, fogosa...
- Fogosa... Cuidado meu amigo. Cuidado! Não vai engravidar a menina!
- O senhor não leva nada a sério!
- O bom humor prolonga a vida. Brincando a gente é mais feliz!
- Ela quer viver comigo, mas de papel passado. Quer casar. Os meus filhos não concordam, porque acham que ela está de olho no meu dinheiro. Eu sou viúvo há 15 anos e tenho o direito de ser feliz...
- O senhor é rico?
- Eu estou bem financeiramente!
- E ela é também rica?
- Não ! Ela é pobre, mas, o que vale mesmo é o amor!
- Quer dizer que ela gostou muito do senhor...
- É verdade! Ela sempre diz que eu sou muito bonito e inteligente.
- E, naturalmente rico!
- O senhor vai dar licença. Vou descer no próximo ponto. Muito prazer. O meu nome é Antonio.
- E o meu Severino. Um bom dia!
O velho desceu e o cego resmungou:
- Ela é bem mais jovem do que ele...Só tem 65 anos. Quer papel passado... Casar... È fogosa... Ele:72 anos. Bonito , inteligente...Por acaso é rico.
Ah!ah! – gargalhou-
- Severino! Severino! Não é só você que é cego...
Rodolpho Civile
Conto
“Reservado às mulheres gestantes, velhos e deficiente físicos”. Sem mais sentou-se ao lado de um senhor magro de cabelos brancos, que gentilmente procurou ajudá-lo.
- Obrigado amigo, obrigado. Bom dia!
- Bom dia ! O senhor está passeando?
- Passeando? Eu vou é trabalhar! O senhor pensa que cego não trabalha? Ser pedinte é um profissão igual a qualquer outra. Dá o seu serviço e recebe em troca o correspondente em dinheiro, nem sempre proporcional ao seu esforço.Às vezes, a quantia é tão irrisória que nem vale a pena, mas, isto são os ossos do ofício. Entretanto, não posso me queixar. Tenho montada uma boa casa e no banco uma poupança para o futuro.
- O senhor tem filhos?
- Seis! Dois na faculdade. Um cursando Direito e o outro Odontologia.
- Puxa! Seis filhos... O senhor é valente!
- Mas, do que o senhor se admira? Não chega eu ser cego e ainda o senhor queria que eu fosse impotente?
- O senhor me desculpe, não falei com este sentido... É que hoje com a vida tão difícil não é brincadeira sustentar uma família numerosa.
- Nisso eu concordo com o senhor. Trabalho muito, mas, sem exagero. Sou bem organizado. Às 17 horas, encerro o meu expediente e retorno à minha casa no convívio familiar. Não trabalho sábado, domingo e feriados, pois ninguém é de ferro e nem burro de carga.
- O senhor é um homem robusto, disposto. Qual é a sua idade?
- Quarenta e seis anos.
- Não aparenta trinta. Qual é o segredo?
- Alimentação saudável, sono tranqüilo, exercícios logo de manhã, ando bastante, bom humor, não esquento com nada. A cegueira não me atrapalha em nada.
- Extraordinário! Posso saber outra coisa?
- À vontade! Isto está me cheirando à Inquisição ou à CPI dos deputados...
-Não quero ser indiscreto. É pura curiosidade...O senhor é comunista?
- Sou corinthiano!
- Ah o senhor é brincalhão!
- Meu amigo, não se esqueça que o homem é o único animal que ri. Quando o Corinthians perde é aquela tristeza, mas, quando ganha é aquela alegria. Já os políticos só dão tristezas. Comunismo, socialismo, capitalismo é tudo a mesma coisa. O homem continua sempre o mesmo. O rico não se importa com o pobre. O forte domina o fraco. O inteligente despreza o ignorante. Resumindo: o que pode mais chora menos.
- O senhor é católico?
- Sou por tradição. Atualmente não frequento mais a Igreja desde que o padre da minha paróquia insiste em dizer que nós nascemos com o pecado original. Para mim é uma “embromação”.
- O padre repete as ordens de seus superiores...
- Então, ele é um simples capacho? Para que serve a cabeça? Só para pentear os cabelos? Bem, terminado o meu inquérito vamos ao seu:
- Quantos anos o senhor tem?
- Setenta e dois anos!
- Bem usado !
- Mas eu me considero jovem!
- Maravilha! O que o senhor faz para conseguir essa transformação?
- Eu amo e sou amado!
- Beleza! Eu gosto de ouvir isso!
- Eu estou amigado com uma mulher bem mais jovem do que eu.
- Quantos anos ela tem?
- Sessenta e cinco anos.
- De fato é jovem demais para p senhor! – irônico-
- Foi amor à primeira vista.
- Faço idéia! Os dois enxergam bem?
- Ela é muito atenciosa, carinhosa, fogosa...
- Fogosa... Cuidado meu amigo. Cuidado! Não vai engravidar a menina!
- O senhor não leva nada a sério!
- O bom humor prolonga a vida. Brincando a gente é mais feliz!
- Ela quer viver comigo, mas de papel passado. Quer casar. Os meus filhos não concordam, porque acham que ela está de olho no meu dinheiro. Eu sou viúvo há 15 anos e tenho o direito de ser feliz...
- O senhor é rico?
- Eu estou bem financeiramente!
- E ela é também rica?
- Não ! Ela é pobre, mas, o que vale mesmo é o amor!
- Quer dizer que ela gostou muito do senhor...
- É verdade! Ela sempre diz que eu sou muito bonito e inteligente.
- E, naturalmente rico!
- O senhor vai dar licença. Vou descer no próximo ponto. Muito prazer. O meu nome é Antonio.
- E o meu Severino. Um bom dia!
O velho desceu e o cego resmungou:
- Ela é bem mais jovem do que ele...Só tem 65 anos. Quer papel passado... Casar... È fogosa... Ele:72 anos. Bonito , inteligente...Por acaso é rico.
Ah!ah! – gargalhou-
- Severino! Severino! Não é só você que é cego...
Rodolpho Civile
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