28/05/2012

ORAÇÃO AOS "MOÇOS"

 Aos “Moços” da Escola Paulista de Medicina
Turma 1952
 
      Queridos velhinhos aqui presentes e também aos ausentes, pois, creio eu, estão entre nós neste saudoso e magnífico encontro.
      A palavra “velhinho” não é extensiva às mulheres: elas nunca envelhecem, continuam sempre jovens e belas...O que seria deste mundo sem as mulheres? Um deserto! A natureza foi sábia: criou-as para encher, encher a vida dos homens, de alegria!
      Depois destas profundas considerações, vamos aos fatos... à realidade...
      Olhando para vocês, queridos colegas, vejo-os sorridentes, alegres, dispostos, saudáveis, cheios de energia, corajosos, enfrentando com lucidez e bravura esta suculenta feijoada! Enganam-se aqueles que nos julgam decrépitos e inofensivos, limitados a papinha de aveia, caldo de galinha carijó e suco de abacate adocicado com mel, própolis e geleia real... Naturalmente com canudinho... Estão profundamente enganados! Somos de uma estirpe dura na batalha. Só morremos com as armas nas mãos! Com nossas poderosas mandíbulas, trituramos nozes, com casca, devoramos pizzas e churrascos e tomamos chopinhos e mais chopinhos! Tudo, numa boa! Resultado de uma longevidade inexplicável, de acordo com a ciência. O homem viverá 150 anos, presumidamente... Logo: nós estamos na “flor da idade”. Quem sabe... na infância, com calças curtas, estilingues e correndo atrás de uma bola...
      Tirando uma singela conclusão e fazendo um superficial balancete, temos um longo caminho a percorrer. Mas, verdadeiramente, o que fizemos até  agora? Vivemos! E depois? O que acontecerá? O encontro com nossos colegas de letras, de profissão, que já tomaram o “trem da alegria” para o desconhecido, para a eternidade, onde todos são felizes, continuando a nobre missão a que foram destinados, cuidando dos mais infortunados...
      Mas qual a explicação da existência humana?
      Só  saberemos lá! Dizem os hinduístas que “nascemos para morrer e morremos para viver!” Se é vero, non lo so... Não custa esperar...
      Por enquanto, vamos jogando as sementinhas em terreno fértil que logo se transformarão em novas vidas, os nossos filhos, os nossos netos. A continuidade do ciclo vital, pois somos os elos de uma fantástica e maravilhosa engrenagem, inexplicável, mas verdadeira.
      Recordando o passado... éramos muitos e agora somos poucos, mas não importa! Estaremos sempre juntos até que o último e querido colega, destemidamente feche a porta da  existência e penetre nos umbrais da eternidade! Lá receberemos um novo “canudo”... O da vida eterna!
      Para encerrar: saúde, paz e amor, como dizem os antigos gregos! Muito amor, pois, o amor é a essência da vida!

Beijos e abraços a todos.

Rodolpho Civile

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