29/05/2011

MEA CULPA

Meu peito, aflito, arfava
no decote generoso.
Subia e descia trêmulo,
sutil e indecoroso.
Tremia... assim, feito folhas
que no inverno se desprendem.
Dissimulado dizia
apelo febril, eloqüente.
Não podia, não devia
revelar este segredo:
desejar-te, sem temer
teus olhos de mudos apelos!
Luxúria quase passional,
desejo comum e soberbo.
Volúpia que não faz mal,
quando teus olhos são dedos
que tocam um sensual
mundo de bojos e rendas.
Mirada ingênua! Redime
de maiores penitências
a carne do ser proscrito
e as trêmulas adjacências
erguidas acima do umbigo,
sem vulgares indecências.
Montanhas que têm no vale
- perdoando pecados e vícios –
constelações estelares,
fresco cheiro de pomares
e a benção de um crucifixo!

Josyanne Rita de Arruda Franco

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