Era uma linda tarde... as nuvens deslizavam como se fora uma competição... faziam exóticas figuras... distingui perfeitamente uma como um sinal de interrogação... então, decidi lhe fazer uma pergunta:
– Estimada nuvem, qual o segredo de nossas vidas?
Ela hesitou e respondeu:
– Desconfio que sejamos apenas algo físico-químico...
– Nada mais?
– Nada mais...
Fiquei um pouco perplexo e decepcionado mas achei, enfim, que fazia algum sentido... Não pude pensar muito e surgiu outra nuvem com a imagem da Virgem Maria, mãe de Jesus, com ele ao colo... Decidi então lhe fazer uma pergunta:
– Virgem Maria, nossa mãe eterna, quero saber por que eu não tenho fé...?
– Não tens fé porque não lhe foi dada esta graça...
– Então, fui discriminado, fui excluído? Posso entender que não preciso me sentir culpado por não ter fé?
– Exato, mas não foi discriminação, pois até para você lhe dei a esperança e mesmo sem fé você pode ter a ética da natureza...
Fiquei pensando... pensando... e me lembrei da frase de José Régio:
“Ah, ninguém me dê piedosas intenções,
ninguém me peça definições.
Ninguém me diga: “vem por aqui”.
A minha vida é um vendaval que se soltou,
é uma onda que se alevantou,
é um átomo a mais que se animou.
Não sei por onde vou,
nem sei para onde vou.
Só sei que não vou por aí”
Carlos José Benatti
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