11/10/2011

ANOITECER A BEIRA MAR

Eu olhava e via... O céu estava aberto...
Não havia nuvens, apenas a imensidão do azul...
O mar ao longe tentava borrar a linha reta do horizonte
Com suas ondas que subiam e desciam pelo sopro mágico do vento.
Um ponto branco apareceu e foi crescendo
Lá no extremo do mar, entre as ondas revoltas, mas para mim, silenciosas.
Elas, pouco a pouco, tentavam turvar a minha mente sonhadora...
Parecia ver um navio, mas não era. Era o meu sonho que crescia e flutuava
Sobre as águas distantes, vindo e voltando nas ondas do meu pensamento.
A gaivota, com sua voz esganiçada,
Voava sobre o mar à procura da refeição vespertina.
O marulhar das águas lembrava uma orquestra de anjos
Que passavam seus dedos mágicos sobre as harpas divinas do Senhor.
O sol preguiçoso e já cansado
Deitava-se no poente, num acolchoado
De nuvens que iam se formando, como montanhas
De algodão branco róseo, na linha do horizonte azul.
Os bem-te-vis na árvore próxima,
Olhando o sol que se escondia entre as nuvens,
Gritavam em grande alarido: bem te vi, bem te vi...
O sol fingia-se de surdo
E sem tomar conhecimento deles,
Aos poucos foi se escondendo, sem dizer nada.
As grandes nuvens de algodão
Foram se transformando em púrpura
E, com o passar do tempo, lentamente em azeviche.
A noite, com seu manto negro,
Tudo cobria sem nenhuma piedade,
Inclusive o barulhento canto dos pássaros
E o vôo do meu sonho, que viajava na imensidão do mar.
Era noite...
Eu já não podia sonhar acordado,
Olhando sozinho o mar ao longe.
O meu sonho havia se perdido na noite escura...

Nelson Jacintho

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