22/02/2016

VIVER


Vida é o que existe entre o nascimento e a morte. O que acontece no meio é o que importa.
No meio, a gente descobre que tudo o que nos faz voltar para casa de mãos abanando (sem uma emoção, um conhecimento, uma surpresa, uma paz ou uma ideia) foi pura perda de tempo.
A gente também descobre que amar é lapidação, e não destruição. Que certos riscos compensam - o difícil é saber previamente quais. Descobre que é preciso dar uma colher de chá para o acaso. Que tudo que é muito rápido pode ser bem frustrante.
Que a vontade é quase sempre mais forte que a razão. Quase? Ora, é sempre mais forte. Descobre também que passar pela vida à toa é um desperdício imperdoável.
Que tocar na dor do outro exige delicadeza. Que ser feliz pode ser uma decisão, não apenas uma contingência. Que é mais produtivo agir do que reagir. E descobre que a vida não oferece opção: ou você segue adiante, ou você segue adiante. Que a pior maneira de avaliar a si mesmo é se comparando com os demais.
Que a verdadeira paz é aquela que nasce da verdade. E que harmonizar o que pensamos, sentimos e fazemos é um desafio que leva uma vida toda; isso tudo que está no meio, entre nascer e morrer, é o que a gente descobre. Ou não.


MARCOS GIMENES SALUN

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