Sou
crepúsculo...
Eu
não tenho brilho nem mesmo carinho.
O
Sol se afastou e procura outro lar.
Mas
sei que as estrelas estão a caminho.
Será
que demoram? O jeito é esperar.
Eu
sou transição, meio tom, incerteza.
Nem
dia nem noite, nem claro ou escuro.
Luz
tênue que aos poucos revive a beleza:
mesclar
o passado com livre futuro.
A
tarde despede-se em mim sem alarde.
Para
onde ela vai não há como saber.
Em
sua intenção tinjo o céu de saudade,
recolho
as histórias, aprendo a só ser.
O
tempo comprova que tudo é passagem.
Se
a vida é finita o que importa é o agora.
Crepúsculo
eu sou, transitória miragem.
Nostálgico
sei que também vou embora.
Tão
próxima noite no fim desse dia.
Sozinho
eu estou... Desisti de um império.
Então
eu acolho, na prece, Maria.
Momento
de paz, insondável mistério...
Por: Márcia Etelli Coelho
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Segunda Menção Honrosa no
Prêmio BERNARDO DE OLIVEIRA MARTINS 2015/2016
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