Esteve de volta ao
nível em que fora forjada nossa sintonia.
brutal, visceral,
animal.
a próxima hora de maré
alta
trará todas as conchas
de que sentíamos falta.
fará dessa ardência
tropical um percurso molhado
em que nossa paixão há
de condensar disparatada.
as mesmas ondas que nos
aproximaram
serão aquelas que
conservarão:
as alianças-maresias
do nosso casamento em
alto mar.
união consagrada pelas
estrelas que reluziam
no olhar que me
direcionava,
tateando por curvas
conhecidas
pelas mãos que me
traduziam amor em afago.
entrelaçados,
permanecíamos sobre o
mesmo atlântico de que falava a poesia camoniana .
o mesmo dobrado pelos
desígnios de potência humana bravia.
em nenhum palmo sequer,
resquícios de pacifismo.
dobras que me fazem de
jangada na tua praia,
ao sabor amargo e
incorrespondido da correnteza passional que sustenta teu álibi.
não há mares nesse
sertão. coração.
LUÍS FELIPE CHAGAS
Estudante da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP)
TERCEIRO LUGAR CATEGORIA POESIA
II INTERMED LITERÁRIA PAULISTA SOBRAMES SP
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