07/04/2011

BERLINETAS

A policia alemã merece um capítulo à parte.
Estava andando às margens do Spree após ter visitado o monumental Treptower Park, quando avistei uma movimentação em uma rua na outra margem do rio. É claro que eu precisava checar do que se tratava, afinal Berlim é repleta de demonstrações e festas. Foi desta maneira, sem saber, que eu já tinha ido para na festa de São Cristóvão (festa gay), movimento dos padeiros, comemoração da terceira idade, etc. Curiosa, atravessei a ponte. Acredito que no total eram umas 50 pessoas, todas vestidas de preto, alguns punks, muitas garrafas de cerveja, num cortejo com cerca de 3 carros com grandes caixas de som, tocando um metal extremamente alto. Todos seguiam balançando a cabeça. Nossa! O que será isso? Deve ser a parada dos metaleiros, ponderei. Interessante. Como toda manifestação pública por aqui, havia muitos policiais na região. Resolvi perguntar para um deles de que movimento se tratava. Ele respondeu e eu não entendi direito.
-Como? Perguntei novamente.
Ele balbuciou novamente qualquer coisa que eu não decifrei.
-Ah! Não sei o que isso significa... procurarei no dicionário – respondi. Obrigada.
-É como em inglês – ajuntou ele.
Acho que minha cara foi de total interrogação pois eu ainda não tinha captado o que ele queria me dizer.
É eles são muito atenciosos aqui. Sei que ele pegou uma caneta abriu sua caderneta de anotar ocorrências e escreveu em letras garrafais “FUCK PARADE”.
Outro dia, por um amigo policial, soube que houve uma manifestação dos nazistas. Ele me disse que tinham mais policiais para defender os manifestantes que integrantes do próprio movimento. Berlim é mesmo muito democrática.
Esse amigo policial é guia de uma cadela pastora alemã chamada Buggie. Ela também é policial cadastrada (com registro on line de toda sua ascendência, aptidões e diplomas) e cheira à procura de explosivos. Por conta deste amigo já conheci uma meia dúzia de policiais e seus cães farejadores de mortos, CDs piratas, dinheiro, drogas. Descobri também que esses treinados policiais portadores tantas vezes de tatuagens curiosas e piercings em lugares inimagináveis para uma autoridade pública ( não que eu tenha algo contra ou que isso interfira na eficiência profissional) se comunicam em serviço através de um codinome. Cada grupo de policial recebe uma denominação comum, seguida de um número próprio. Puxa! Olhei para meu amigo de 1,96m de altura e curiosa perguntei:
- Qual é o seu?
-Bambi XX.
Pois é, gente, a capital da Bundesrepublik aqui é protegida por vários “bambis”. Quem poderia imaginar...

Lucila Camargo Lopes de Oliveira

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