O mar me abraça
me enlaça
me alarga
me aluga
me amassa
me engole
me traga
me traça
do raso ao fundo
no peito e na raça
na areia da praia
no aplauso e na vaia
na onda quebrada
na espuma ramada
na orla do porto
na fronteira do mundo
mar vivo
Mar Morto
O mar me embaraça
me embarca
me abarca
chalana
chalupa
chalaça
sargaço
mormaço
me embala
cabala
a prumo
reto e torto
nau sem rumo
sem chão
sem teto
sem mastro
sem rastro
tufão
brisa
calmaria
apagado farol
recife
atol
nos confins de Tenerife
de Casablanca
de Alexandria
ardente sarça
bólido
mistério volátil
em estado sólido
enquanto avança
minério
líquido
fumaça
fumo
turvo e límpido
salgado e insípido
Tudo navega
tudo afunda
tudo passa
tudo singra
tudo mingua
tudo solta
tudo volta
tudo laça
tudo ameaça
vela e remo
nessa barcaça
teimo e temo
lanço ferros
dessa âncora
nessa Arca de Noé
urros e berros
nesse vento
nessa maré
Mas navegar é preciso
ao relento
da boa esperança
como o cabo e o Vasco
no sereno
prenúncio de chuva
em marulhar ameno
o leme e o casco
a mão e a luva
Noite de lua descorada
de lua descarnada
de lua descarada
dia de sol nascente
de sol morrente
de sol pálido
de sol cálido
de sol moreno
navio fantasma
vivo e morro
naufrágio e morte
máscara de Zorro
capuz de monge
suspiro e asma
pincel de azul
em céu de artista
norte-sul
terra ao longe
terra à vista
Sérgio Perazzo
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