A ausência presente era uma tortura.
Tu não me querias... nem me tocavas!
A proximidade distante causava
Mil feridas narcísicas... sem suturas.
Meu coração batia forte... e escutavas?
Ficavas perto de mim, inatingível.
E eu, como um brinquedo quebrado, ao seu lado,
Esperava que me desses atestado.
De validade! Que me tornasses visível...
Mas, se eu chorava, ficavas impassível.
Tanta indiferença beirava à crueldade!
E, por não privar de tua intimidade,
Muita emoção quedou desperdiçada.
Porque fomos bons companheiros de estrada,
Aguentei firme teus modos arredios,
Sob o silêncio dos dias tão vazios,
Sob a ressaca das noites mal dormidas,
Mas sou alguém que não se rende. Jamais,
O desejo, envolto em xale de tristeza,
Dentro da névoa de dor e estranheza,
Sempre esperou que tu me quisesses mais...
Alitta Guimarães Costa Reis
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