23/04/2013

RIQUEZA

Vivendo em um mundo que rende homenagens
A tudo o que existe, mesmo sem qualidade,
Eu penso na mulher que gesta seus tesouros
E aninha em seus braços os filhos do seu ventre
E os do coração, ancoradouro.
Sobrinhos, afilhados, o filho do amigo querido, toda gente
Invade-me a vontade de fazer uma oração que a contemple.
Mas, ah... É saudade o que eu sinto!
De dormir sem medo, de sonhar sem culpa,
De esperar a vinda de algum brinquedo
Comprado com sacrifício,
Entregue com honra e altivez
Por minha mãe querida, que hoje de mim precisa,
Como dela sempre eu precisei.
Olho ao redor e vejo festa na cidade:
Sacolas, presentes para a mãe que existe,
Flores para aquela que repousa
Na imensurável eternidade.
Minha mãe, que perdeu um filho,
Recebe abraços dos vivos
No morno regaço do amor.
Idosa, hoje é quase criança!
Minha mãe, sua mãe...
- As mais sagradas lembranças-
Recebem orações pelo seu Dia
E preces silentes, gritadas, frementes,
Do filho exilado... Daquele perdido!
Até do deitado no frio jazigo,
Perpétuo no amor, eterno por isso.
Se o berço de pedra recebe uma lágrima,
Ninando, em suspiros, a alma embala
Constante querer que vínculo escolhe:
Viver, sendo mãe, o amor que não morre!
É rio caudaloso, é o caule mais forte!
Presença indelével que em tudo se move
E nunca, jamais, apela a um motivo:
Existe pra sempre e sem corpo físico.
Pois mães são eternas, protegem seus filhos
Na Terra dos homens... Ou no Paraíso.

JOSYANNE RITA DE ARRUDA FRANCO
Segunda Menção Honrosa
Prêmio Bernardo de Oliveira Martins 2011-2012

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