recolho os sonhos, retalhos de cetim.
No chão de estrelas, apenas eu e a brisa,
coração leviano, caçador de mim.
Corsário de Sampa, guerreiro menino
que na roda viva aprendi a chorar.Saudade chegando , fiquei tão sozinho
na ingênua certeza de sempre te amar.
Mas olhos nos olhos, as rosas se calam,
o tempo separa, fugaz é o amor.Detalhes, deslizes, nas brigas se exaltam,
qual fera ferida ponteando o rancor.
Dos bailes da vida restou acalanto.
Dos anos dourados, fascinação.
No conto de areia rolou esse pranto.
Das velas içadas, porto solidão.
A banda passou em total disparada.
E eu, carinhosa, não fiz parte do show.Castigo? Ilusão? Fim de caso? Que nada!
Risquei a tristeza... E o mar serenou.
Ao ver pastorinhas voltando com flores
quis logo enfeitar a noite do meu bem.Brindar primavera que no trem das cores,
bem antes das onze, emociona o viver.
A minha aquarela dourou asa branca.
No baila comigo são só dois pra cá.Que festa de arromba, feitio, força estranha:
o mel do aconchego sem mais carcará.
A chuva de prata das águas de março
seduz a minha alma, só quer um xodó.Tu estavas tão lindo naquele abraço
que o meu rancho fundo virou luxo só.
Trocando em miúdos: Há séculos te amo!
Eu não aprendi a dizer-te adeus.E como eterna onda que ronda o oceano,
por ti, começaria tudo outra vez.
MÁRCIA ETELLI COELHO
Primeiro lugar - Categoria Poesia
VII
Jornada Nacional da Sobrames
XII
Jornada Médico-Literária Paulista
BELISSIMO POEMA QUE TECE COM FRASES PINÇADAS DA RIQUISSIMA MPB BRASILEIRA UM TEXTO MUITISSIMO FELIZ( OS ISSIMOS SÃO COLOCADOS PARA HOMENAGEAR O TEXTO.) PARABENS POETA.
ResponderExcluirLJORGE.