12/03/2015

UMA BALADA INESQUECÍVEL

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Na minha juventude de balada
Certa vez na sede de campo
Da Associação dos Engenheiros
Houve um baile sui generis.

O ingresso era trazer copos de vidro.
Pois teve um anterior que terminou
Num quebra-quebra e não sobrou
Um sequer de mostruário.

E lá fomos nós para a balada,
Sem saber daquela exigência.
Barrado no salão, ficamos fora.
Num gramado frente à represa.

Mas não éramos os únicos forasteiros,
E como muitos casais, ficamos a contemplar,
A lua cheia refletindo na água, na neblina.
E no sereno sobre a campina dourada.

Nossa bebida predileta e barata
Era o Cuba-libre (Coca-Cola com Rum).
Mas por falta de copo tomávamos na garrafa.
Prometendo juras de amor, ébrios apaixonados.

Com as roupas umedecidas, amarrotadas,
Caminhávamos retos em caminhos tortuosos.
Esperávamos a chamada carona de volta,
Pelo casal que discutia a relação mal resolvida.

Quando chegamos de volta em nossas casas,
Minha namorada não tinha horário para chegar,
Em face de sua cultura estrangeira e familiar,
Mas este provinciano não podia chegar tarde.

Lembrava-me do trem das onze, pois,
Além da minha mãe acordada esperando,
Ainda tinha que justificar o meu estado,
Mentindo, pois a verdade é inacreditável.

Não foi só Adoniram Barbosa
Quem se preocupava com o trem
Morando longe. Sua mãe, também,
Não dormia enquanto ele não chegava.

JOSÉ FRANCISCO FERRAZ LUZ
Testo vencedor da SUPER-PIZZA de tema
 "UMA BALADA INESQUECÍVEL"

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