Sem te dizer porque nem quando,
Deixo-me levar em teus mistérios.
Que me dirás quando chegarem os planos,
O que farás se te disser que quero?
Há a distância nos evitando danos...
Desconhecidos querem perder-se tanto!
Inebriados de sedução e apelos,
Nós nos amamos entre versos-novelos.
Só felizardos conseguem amar sem pranto.
Desatinados nutrem obsessiva ideia.
Resta aos poetas querer amar nos cantos,
Nas tênues trincas que a prisão empresta.
O frio convida ao crespo fogo da lareira
Criando um quadro de expressivo movimento:
Se realista ou abstrato, se aquarela,
Tudo comporta o ir e vir... Pincel e tela!
São tantas cores a descobrir, tantos teores
Que não há nada a se dizer, nem embaraços.
Apenas muito para sentir, que o tempo e o espaço
Admitindo as leis da física, serão abraços.
Pois no prenúncio do misturar textura e tinta,
E no silêncio das coisas que não serão ditas,
Há um desejo de perdição sem ter castigo...
E a vontade de se achar noutro destino.
Enquanto espero abrir no tempo a brecha
Que me desloque rumo do inevitável encontro,
Vou me entregando ao sonho que banqueteia a festa:
De chama ardente... libido acesa... cair do pano.
JOSYANNE RITA DE
ARRUDA FRANCO
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