16/05/2015

AS COISAS BOAS DA VIDA

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Quando criança por volta dos cinco anos, me lembro com saudades de, no meio da aula de piano, escutar a buzina do carro de meu pai que vinha repleto das compras mensais e sempre trazia para cada um de nos um Diamante Negro. Que delicia!  Aguardava com grande expectativa o momento de devora-lo vorazmente.
Um pouquinho maior adorava quando minha mãe nos levava para comer bombas de chocolate ou creme em uma padaria perto de casa. Em outras tardes, nas nossas férias  íamos ate o centro da cidade na Clipper para cortar os cabelos. Sentávamos em carrinhos suspensos na altura do cabeleireiro e nos divertíamos dirigindo, sem sair do local. Depois como recompensa comiamos bauru e Fanta na lanchonete interna da loja.
Quando fiz sete anos ganhei de presente de aniversario, uma almejada boneca de cabelos longos loiros e franjinha chamada Xodó, que foi minha companheira de brincadeiras por longos anos.
Os natais então sempre muito alegres e compartilhados por uma família numerosa. Na ceia aguardava ansiosa a chegada de meus tios e primos que moravam em São Vicente e que vinham após o fechamento da farmácia e eram recepcionados pela minha mãe com uma maravilhosa sopa de capelete caseiro. Em seguida ceiavamos o tradicional peru com farofa, arroz, maionese e de sobremesa tortas, frutas secas e outras guloseimas. A meia noite o tradicional brinde com champanhe.  As crianças então corriam para o quintal colher matinho para alimentar as renas e preparar um pratinho com delicias para o Papai Noel, que por sinal nunca víamos, pois sempre chegava de madrugada quando já estávamos dormindo. No dia seguinte era aquela alegria! Recebíamos nossos tão sonhados brinquedos. Em geral somente um por criança que vinha sempre acompanhado por uma cartinha do Papai Noel, pedindo para não brigarmos com os irmãos, respeitarmos e obedecermos a papai, mamãe e vovó.
A ida para o litoral era sempre uma festa. Um tio, irmão de minha mãe tinha um apartamento no Gonzaga em Santos e com relativa frequência para la nos deslocávamos. Alem da praia íamos ao Aquário e ficávamos encantados em ver os peixinhos e peixões nadarem. Algumas vezes íamos fazer piquenique na Praia de Pernambuco no Guarujá, nessa época totalmente desabitada. Esse realmente era um programão para toda a garotada. Nadávamos, fazíamos castelinhos de areia, jogávamos bola, peteca e voltávamos exaustos para felicidade de meus pais. No retorno para São Paulo, meu pai parava no acostamento para comprar siris vivos amarrados em penca que seriam saboreados em casa após rápido cozimento ou em uma receita melhor elaborada que minha mãe tão bem sabia fazer que era a casquinha de siri.
Nos finais de semana, geralmente almoçávamos em casa e logo após saiamos para passear em alguma cidade próxima a capital. Na volta já esfomeados, comprávamos pizza em uma pizzaria próxima de casa chamada Gennaro. Pedíamos sempre a mezzo a mezzo que era metade mozarela e metade aliche, que adorávamos.
Às vezes porem a rotina era alterada e almoçávamos em São Bernardo do Campo no Restaurante Floresta no bairro Demarchi.  La nos deliciavam o frango a passarinho, polenta frita, salada verde e macarrão. Em seguida andávamos a cavalo, subindo e descendo um pequeno morro, sempre acompanhados pelo olhar atento de meus pais.
Interessante como doces recordações vem acompanhadas de sabores, cheiros, imagens e sons.
A vida é feita de momentos. Especialmente quando foram bons, ficam lembranças e uma vontade enorme de poder reviver o que já passou e quem sabe poder trazer para o presente a simplicidade e a alegria daqueles tempos que não voltarão jamais.

                      AIDA LUCIA DAL SASSO BEGLIOMINI

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