Não vou cantar os versos da infância,
que outrora versejei, com desejos adolescentes.
Nem vou olhar o espelho os fios de cabelos esbranquiçados.
Nem por mil vezes lhe pedirei perdão.
Não vou prometer promessas impossíveis.
Nem sentir o aroma que não se exalou.
Nem sair de mãos acorrentadas
à procura do amor
que outrora se findou.
Sentirei apenas, qual um larápio
a furtar o que tens de precioso,
e por encanto, num ousado movimento,
tomarei tuas mãos com força e jeito.
Beijarei teus cabelos ondulados,
no rosto quente emoldurado,
e sentirei o desejo do passado,
do amor, que ficou no porta-retrato.
E ao beijar tua face lembrarei
o quanto de amor foi vivenciado
e chorarei como nunca terei chorado.
E as lágrimas que rolarem de minha face,
na sua se transformarão em pequenos cristais
que recolherei
e guardarei,
como nunca terei guardado.
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