02/04/2011

FOI O GATO...

Lembro-me como se fora hoje. Talvez essa lembrança seja apenas fruto de fato que, embora ocorrido em 1924, tenha sido nestes sessenta anos, freqüentemente relembrado jocosamente pelos meus familiares. Na ocasião, tinha cerca de três anos. Naquele tempo nossas mães não dispunham de geladeiras; em seu lugar havia os guarda-louças que eram armários de madeira com portas vazadas para ventilação e fechadas por telas, não sei por que, sistematicamente na cor verde; as portas eram leves e removíveis com facilidade.
Não havia geladeiras e outros utensílios de cozinha que muito facilitam o trabalho de nossas mães atualmente.
Em compensação as casas em sua maioria eram térreas, construídas em terrenos amplos, a poluição do ar era desconhecida e as condições de vida mais favoráveis que as atuais.
Numa certa tarde, minha mãe me surpreendeu dormindo na ampla copa, deitado ao lado do guarda-louças com suas portas abertas e caídas ao meu lado; estava dormindo e chupando o dedo, como era meu habito. Minha mãe pegou-me no colo e perguntou o que havia acontecido. É preciso que se diga que desde a infância eu era um extremo apaixonado por qualquer tipo de queijo. Pensava em encontrá-lo no guarda-louças, que abri e pendurei-me nas portas que vieram abaixo comigo. Não encontrando o que procurava, adormeci.
Indagado sobre o que havia ocorrido, respondi – Foi o gato, mamãe!
Vejam só, naquela época, apesar de ainda não existirem computadores, televisores e outros meios eletrônicos atualmente disponíveis, os pimpolhos já eram imaginativos e muito espertos!
Coincidentemente, em casa, não tínhamos gato!

Manlio Mário Marco Napoli

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