Caminha, a noite pela estrada do escuro...
Solitária, a minha alma desolada
Segue o fio de luz de uma esperança
Que se esconde por detrás do negro muro...
Fico sentado sozinho na janela...
Pensamentos são cartas espalhadas,
Cujos jogos, ora perco, ora ganho
Nos avanços naturais das madrugadas...
Eu viajo num barco a muitos nós
Rasgando sem piedade a branca espuma
Que o brilho, lava, da lua sobre o mar,
Como o das estrelas, uma a uma...
Já vai longe o meu barco de papel...
Já some no horizonte a luz em cone,
Perseguindo a espuma que se eleva
A cada respirar do mar insone...
O vento, à minha frente, abre meus olhos...
As janelas batendo, abre os ouvidos...
Um tiro na escuridão, acorda o medo,
Um choro de criança, abre os sentidos...
A ambulância passa de repente...
Esganiça a sirene do bombeiro...
Um incêndio põe fogo na minha alma,
Vai queimá-la, se a não salvar primeiro...
Mas a noite é a mãe terna do poeta...
A escuridão lhe fornece a claridade,
É fonte inesgotável de ternura
Tudo lhe dá, do consolo à saudade...
Nelson Jacintho
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