Sentei no meio fio da rua, apoiei a cabeça
nas mãos, cotovelos sobre os joelhos e chorei. Um
choro triste
de ressaca e infelicidade,
A cabeça rodava ainda
sentindo os sons , imagens
e os odores . Pessoas
pulavam ao redor de forma
automática, sem emoção .
Fim de festa .
Observo a multidão ao longe se dissipando e me
pergunto o que me
fez participar dessa orgia sem
medidas em
que se transformaram os dias e noites
de carnaval ? Bebidas, drogas, sexo..., tudo
pode, tudo vale .
Os trios elétricos
rasgavam as ruas, enquanto mulheres despidas e homens
nem um
pouco recatados, com
suas latinhas de cerveja
dançavam freneticamente nos palcos
decorados. Seguidores, bando de pessoas acompanhavam o cortejo
de forma desordenada, apalpando, agarrando,
atracando...
Os dias de carnaval
são uma temporada
a parte do resto
do ano , quando
tudo pode ,quando
as pessoas não
necessitam pensar, quando afloram os mais primitivos
desejos físicos
estimulados pelo tato ,
olfato, audição, gosto e gozo . Durante o resto
do ano as fantasias
internas ficam contidas dentro de si e então como que em um passe de mágica
explodem.
Aída Pullin Dal Sasso Begliomini
Terceiro Lugar no concurso de contos da
VIII Jornada Nacional de Médicos Escritores - Sobrames
Tubarão-SC - 15 a 18.10.2015
AÍDA
ResponderExcluirUM BELO CONTO. SOBRE UMA DAS MAIORES FESTAS DO MUNDO O CARNAVAL BRASILEIRO
BEM ABORDADO E BEM DESENVOLVIDO.
PARABÉNS!
LUIZ JORGE.