Por: Hugo Costa Filho
(Regional Mato Grosso do Sul)
PRIMEIRO LUGAR CATEGORIA POESIA
JORNADAS SOBRAMES 2019
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Vida que celebra o rio,
Mãos que protegem do frio,
Remando forte e sozinho,
A canoa em desalinho,
A cachaça a dar-lhe o prumo,
Pois, sem peixes, segue o rumo,
Das águas, redemoinhos,
Buscando pelos caminhos,
Onde os cardumes seguiram,
Pensando: Por que sumiram?
Foi num gole a mais de pinga,
Que se lembrou da restinga,
E pegou-se a lamentar,
A teimosia em pescar,
Sem usar "anzor de gaio",
Bóias, redes e o "caraio",
Se os peixes na decoada,
Com pouco oxigênio n’água,
Morrem tantos que dá pena,
Que nem vão à piracema...
O pescador de ilusão,
Busca nas águas em vão,
Piscosidade de outrora,
Pelo pantanal a fora,
Que dantes tinha pacus,
Pululantes baiacus,
Hoje não mais encontrados,
Muito menos os dourados,
Nem tão pouco o surubim,
Nesse mar d’água sem fim...
Num rompante sem pudor,
Devora o grito na dor,
Chorando as mágoas no rio,
Nas margens, horas a fio,
Conjugando sonho e medo,
Tangendo a linha no dedo,
Talvez buscando um milagre,
Ou pelo menos um bagre,
Converte o sol em razão,
Enganando a solidão...
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