Sentado na rede
Numa travessia sem mágoa
Umbilical e iluminada
Sem pedir licença ao passado
Procuro a causa da solidão
Que se faz chegar
E que me torna mar
E morto de sede
Como quando nem toda a água
Basta a saciar ou se faz dada
E o tão castigo consumado
Entranha na minha imensidão
Fico a navegar
Areia à beira-mar
Nem toda a luz
Que invade vísceras e pele
Amortiza o breu da alma que arde
Talvez a dor da falta do filho
Que parte por ter razão de ir
Explique esse vazio
Cause tanto desvario
Mas vida reluz
Do oceano impele
Desenhado pelas ondas do fim de tarde
Então resgato calma e brilho
Pela só doçura do existir
Vou paz no homizio
Vou pois, menos sombrio
Carlos Roberto Ferriani
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