I
A luz surge e a claridade
Ilumina o que se vê...
Silente mostra a verdade
Que a gente nem sempre vê...
II
Clareia nossa acuidade,
Realça as sombras de uma vez.
A cor dá sua propriedade
E, aos contornos, nitidez...
III
Com sua luminosidade
Vitaliza nossos olhos,
Mostra a clara realidade...
Transforma em flor os obrolhos,
IV
A malvadeza em bondade,
A tristeza em alegria,
A indiferença em piedade,
A inépcia em sabedoria!...
V
Interfere até no meio...
Torna o medo segurança,
Em bonito, o que era feio,
Desespero em esperança!...
VI
É por isso que eu procuro,
Quando lembro, clarear
Tudo o que parece obscuro,
Para não me equivocar!...
VII
Essa luz, que então se acende
Acalmando o ansioso peito,
É uma luz, que mais transcende
Do pensar e do meu jeito...
VIII
É uma luz que não se apaga,
Que acendeu-se em priscos anos,
A da fé, que sempre afaga
E protege dos enganos!...
Aldo Miletto (In Memorium)
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