25/07/2012

A LUZ QUE NÃO SE APAGA

I
A luz surge e a claridade
Ilumina o que se vê...
Silente mostra a verdade
Que a gente nem sempre vê...

II
Clareia nossa acuidade,
Realça as sombras de uma vez.
A cor dá sua propriedade
E, aos contornos, nitidez...

III
Com sua luminosidade
Vitaliza nossos olhos,
Mostra a clara realidade...
Transforma em flor os obrolhos,

IV
A malvadeza em bondade,
A tristeza em alegria,
A indiferença em piedade,
A inépcia em sabedoria!...

V
Interfere até no meio...
Torna o medo segurança,
Em bonito, o que era feio,
Desespero em esperança!...

VI
É por isso que eu procuro,
Quando lembro, clarear
Tudo o que parece obscuro,
Para não me equivocar!...

VII
Essa luz, que então se acende
Acalmando o ansioso peito,
É uma luz, que mais transcende
Do pensar e do meu jeito...

VIII
É uma luz que não se apaga,
Que acendeu-se em priscos anos,
A da fé, que sempre afaga
E protege dos enganos!...

Aldo Miletto (In Memorium)

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