15/06/2014

CAFÉ



O cheiro de café
Pelas manhãs
Me leva a viajar
Pelos caminhos
Da infância...
Caboré de barro,
Coador de pano
Fogão de lenha,
abano de palha
E o pai abanando rápido
pro fogo ficar mais forte
E ferver depressa a água do café...
Barulho de panelas
a mãe sonolenta fazendo cuscuz
Eu acordando contente
Com sons e cheiros da cozinha
Anunciando um novo dia
Para descobertas.
Agora basta apertar um botão
Para o cheiro aparecer...
Silenciosamente...
Não mais o pai
Nem a mãe na labuta
Não mais alegrias
Ao amanhecer
Restaram lembranças
Que saltitantes chegam
Para me salvar...
De entristecer.
 
HILDETTE RANGEL ENGER

Um comentário:

  1. EU SEMPRE GOSTO DA ' POESIA POETICA' DA HILDETTE. NESTA MESMO A POETA ' CAÇA ' SUAS REMINESCENCIAS E NOS EMPRESTA INCLUSIVE A MESMA SENSAÇÃO QUE TEM AO FAZÊ-LA, E NOS DOA O PRAZER DE TÊ-LAS.
    SALVE A BOA POESIA COMO COISA QUE EMBEBEDA E ALEGRA.
    LUIZ JORGE.

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