25/01/2015

SALVE JORGE


Amado moreno de pele cabocla!
Laçou-me em tocaia, chutou-me a canela...
Cravou seu estilo deixando na história
A tal brejeirice da tal Gabriela.
Mormaço indolente, cacau precioso,
Onde coronéis deixaram sem fim
(Antes de Teresa, depois do mar morto)
Meninos carentes de areia e de giz...
Me deste uma Flor que teve maridos:
Te dou só uns versos – jocosos, castiços-
Nesse desafio que quero vencer,
Seara e milagres que aprendi contigo.
Então, não me avexo... e logo me entrego
Falando essas linhas dengosas que rezo,
Feito ladainha que implora poder:
“Painho, me leva que eu vou!
 Amado, me deixa que eu fico
 Nos braços morenos do turco Nacib
 Ou no além-vida... Só eu mais Vadinho.”
Meu Jorge, parceiro de horas lidas,
Os livros que li eu li escondida
Na alcova de um tempo agora grisalho...
Revendo, em Tieta, perfume e orvalho,
Na tenda que mostra o caminho do mar:
 Salve Jorge Centenário!
 
JOSYANNE RITA DE ARRUDA FRANCO

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