02/04/2011

SARA MAGO

... “Sara mago!”...
Bom seria se pudéssemos efetuar essa cura. Para nossa sorte, Saramago deixou-nos o seu legado, com todo o seu talento. Homem polêmico, nem por isso menos idolatrado no meio literário. Apesar de morto, continua concorrendo, classificado dentre os cinquenta melhores livros, candidatos ao Prêmio Portugal Telecom deste ano. Será mesmo que se resta morto? Ele nem se preocupava com a morte. Destemido dela, fazia de conta que ela nem existia. Diz ele: “Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria é só mais um dia”.
Criativo no jeito de escrever, se preocupava para nada dizer em vão. Amante da literatura, política, filosofia, conservava seus conceitos e dizia-os a quem achasse que devesse dizer. Serralheiro mecânico, auto didata, traduziu Baudelaire, Hegel e Tolstoi, entre outros clássicos. Homem que nunca foi à universidade, porque a família era pobre e não havia meios para isso. Escreveu o seu primeiro romance, “Terras do Pecado”, sucesso tardio no reconhecimento que terminou por coroá-lo, fora de Portugal, à ‘la Fernando Pessoa”. Autor versátil, ele deixou 20 romances, 3 livros de contos, 5 peças de teatro, 4 livros de crônicas, 3 livros de poesias. Único ganhador de um Prêmio Nobel em língua portuguesa com sua obra “Ensaio sobre a Cegueira”, de 1995. Antes dela, destaque para outras obras: “Memorial do convento (1982), O ano da morte de Ricardo Reis (1984), A jangada de pedra, (1986), História do cerco de Lisboa (1989), O Evangelho segundo Jesus Cristo, (1991), entre outras.Eu o conheci tarde, há pouco, através de suas obras, mas foi o suficiente para admirá-lo. Fato é que quando se despe para o infinito um escritor, sobra a sua obra, o seu espírito, a sua personalidade. Por isso eu acho que escrever é orar sem perseguir a graça. Portanto a nossa missão é navegar sempre em frente, buscando descobrir novos talentos, lê-los, aprender com eles o que têm para nos ensinar. “Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites, manhãs, e madrugadas em que não precisamos morrer. Então sabemos tudo do que foi e será.(...) Cada um de nós é por enquanto a vida. Isso nos baste”(Saramago).
Portanto, como disse Gabriel Garcia Marques “Nenhuma pessoa merece as tuas lágrimas, e se houver quem as mereça, ela não te fará chorar”.

Carlos Roberto Ferriani

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