Subi no muro, caminhei devagar, desequilibrando caí para o lado
errado. A grama molhada tinha gosto de chuva. Matei a sede com extratos
encantados. Matei o tempo ouvindo histórias fantásticas. Não consegui
matar a fome sem ser cruel. Cada vez que eu tentava sobreviver, aprendia
uma lição. Foram muitas. Algumas inúteis. Libertei os negros acorrentados
dentro de mim. Criei um antídoto para as segundas-feiras. Levei a sério
mensagens idiotas. Das brigas em que me envolvi, saí vestindo fantasias
variadas. Tenho tempo para respirar, ainda. Sigo os passos dos que
estão na fila, pisando em tapetes azuis porque os vermelhos estão sempre
ocupados. Quando a temperatura esquenta, viro macumbeira. Conheço
o segredo das cartas marcadas. Mostro os dentes para esconder a
mordida. Sou civilizada. Mudo os meses no calendário do meu guardaroupa.
O tempo é que me obriga. Minha energia é pouca. O suficiente
para andar em círculos no meu quarto. Fico de mau humor quando os
aviões entram pela janela sem pedir licença. Não como carne na sextafeira
santa. Não quero brigar com Deus. Continuo querendo entender
as minhas necessidades individuais. Gosto de matemática. Não o
suficiente para entrar no infinitésimo. Não tenho feito grandes acertos
ultimamente. Gostaria de ter um sem número de amigos. Muitos amigos,
quem sabe alguns. Não tenho um grande conteúdo a oferecer, somente
pequenos detalhes. É decepcionante empurrar sozinha as nuvens do céu.
Sonia Regina Andruskevicius de Castro
LI E RELI, COM AVIDEZ DA SEDE DE CAPTAR A IDÉIA, E SENTI-LA A FLOR DA PELE.
ResponderExcluirCOMENTARIO..ÉGUA!... SONIA.VOCÊ FOI FUNDO AO MIRAR NO AMAGO DAS PALAVRAS.
LUIZ JORGE.